terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Espiã que te amava... E o Nobre Cavalheiro Cap: 5

 
A Espiã que te amava... E o Nobre Cavalheiro

Em meu trabalho de espiã, sempre tenho surpresas que podem ser agradáveis ou até mesmo surpreendentes.
Minha viagem a França me trouxe boas recordações...
Me pediram para investigar o caso da jóias perdidas da Marquesa de Bordeaux.
Mais como investigar sua morte se não sabia nada sobre ela?
Decidi ir mais longe...
Conhecer seus descendentes.



Procurei o descendente da 5ª Linhagem direta dos Bordeaux. “Mounsier Léon de Jean Pierre”.
Um jovem muito educado, inteligente, de bons vícios e costumes. Um pouco dado aos galanteios excessivos, porém com muita elegância.
Ele me contara das suas viagens, carreira musical, costumes e até de sua infância falara. Já estivemos no mesmo local na infância, porém não nos encontramos e se isso aconteceu no passado acho que fora em outra vida.
Bom, no princípio achei-o um pouco... “Cheio de si, meio orgulhoso demais de suas condições”, mas depois vi que era egocentrismo mesmo.
Nascemos no mesmo mês, parecíamos concordar com tudo.
Ele me disse que tinha conhecido mestres místicos que o mostrara sua vida anterior e insistia em dizer logo no primeiro encontro que já me conhecia de outra vida e que um dia provaria.
Ri, achei aquilo uma cantada meio que barata, mas gostei – era o que importava.
Ele era realmente muito mais bonito do que nas fotos em que meu chefe tinha mostrado.
Tenho realmente impressão de que seu belo rosto deve ter sido moldado no além para ser uma espécie de “anjo infernal com dotes angelicais”. Um misto de “Don Juan com Casanova”.
Ele mostrou-me as fotos das jóias roubadas e me falou que para conhecer mais a história eu teria que vivenciá-las... Confesso que não entendi.
Então, ele me falou de uma Madame Jordi que nos ajudaria na passagem para um mundo superior.
Não entendi nada, mas como desafio é algo que me instiga... Fui.
Era uma bela casa com belos móveis antigos e dois divãs.
Lembro-me de ter perguntado por que dois divãs, ela mencionou: Viagem A Vidas Passadas.
Ela pediu que sentasse e explicou sobre o assunto e disse que aquela missão tinha muito haver com minhas buscas pessoais. Continuei sem acreditar.
Ela pediu para deitar no divã – ele logo se acomodou no dele. Parecia já entender tudo!
“- Talvez, tenha feito a tal viagem a vidas passadas muitas vezes” – pensei!
De repente com uma voz muito precisa e forte ela me disse que deveria relaxar pensar na energia universal, me concentrar no séc. XVI.
Foi o que fiz. De repente como num passe de mágica já conhecia os lugares e me vi passeando nos arredores do Castelo de Versailles.
Transportei-me. No meu cenário em minha direção vi o Nobre Cavalheiro em outros trajes.
Pareciam trajes antigos, com muitos lenços e sedas, babados, meias de sedas coladas brancas, terno em chantung com bordados a ouro. Um belo traje de época
Um jovem de cabelos compridos acomodados em um penteado parecendo um “rabo de cavalo”. Seus cabelos eram negros e sua pele alva com lindos olhos castanhos. Sua boca muito bem desenhada – seria um convite ao pecado. Mais sua voz completava todo o conjunto junto com sua bela altura num porte elegante. Quando o vi paralisei. Ele muito cortês, me mostrou os jardins de Versailles. Lindos jardins com muitas espécies de plantas e orquídeas diferentes.
Portões de ouro ornavam o castelo e lindos cômodos que nos deixavam bastante á vontade. Ofereceu-me um chá, mas quando cheguei o que realmente tinha eram vinho e uvas de espécies raras. Surpreendi-me pela ousadia. “- Mal conhece uma dama já oferece bebida?” – perguntei. “- Não!” disse ele.“-Mais a ti deu vontade! Sente-se”.
Sentei-me e logo já estávamos amigos, conversamos sobre quase tudo. Ele contou-me seu amor pelas artes, pintura, música (seu forte). Conheceu meu trabalho como romancista. Ficou encantado com poemas escritos e os que, escrevi ao lado dele.
E assim, entre muitos encontros ele mostrou-me sua arte e seus gostos musicais.
Até que um dia...
Ao sair do banheiro do castelo, num pequeno acidente me perdi em meio aos inúmeros cômodos e portas, era noite de lua e houve um problema com uma das luzes que iluminavam o local. Fiquei com medo e ao esbarrar-me com ele, perguntei ao mesmo de que forma iluminaria o local onde estariam as luzes... Não sei como houve um beijo rápido, tão rápido que não pude evitar e mesmo assim algo aconteceu naquele momento que despertou algo que nos aproximou mais e mais.
Já que em muitas de nossas conversas demonstrávamos muita admiração ao trabalho um do outro.
De repente o nosso romance transcendia as portas do castelo, conhecemos muitos lugares até que um dia ele me deu um lindo presente. Uma jóia. Um colar de safira com enormes diamantes e disse-me que era a jóia que uma duquesa alemã tinha ofertado como presente de uma das suas jóias prediletas em sinal de sua grande estima por mim.
Como ele tinha se apaixonado por mim, resolveu dar-me em prova de seu respeito e cordialidade.
Mais com um único pedido...: Desposar-me.
Como um grande sedutor ele me despiu e me possuiu ali mesmo vestida somente naquela linda jóia enfrente ao lago entre o entardecer e a noite enluarada.
“- Case comigo! Logo! Daremos um jeito!” disse-me ele.
Enrubesceu-me a face. Não sabia o que dizer... E o que diria aos meus familiares. Que diria? Que me casaria com o Marques de Bourdeax em Versailles da noite para o dia?
Meu pai não aceitaria, pois tinha me prometido ao Duque de Montgomery.
Só havia uma alternativa...
Fugir!
Fugimos em trajes de camponeses, a jóia seria vendida e passaríamos os restos das nossas vidas vivendo na clandestinidade em uma parte da floresta que ele já conhecia muito bem em suas caçadas.



A TRAMA DE ÓDIO DA DUQUESA ALEMÃ
Tudo daria certo se a duquesa alemã não tivesse uma paixão contida por ele e falou com seu marido o Duque Roger Girard para prender-me por roubo a jóia. Fui presa, encarcerada, torturada, jogada no pântano e num momento de minhas torturas meu corpo já não doía mais, pois meu amor por aquele lorde me anestesiara.
A duquesa se deu por satisfeita em matar-me, continuou com seu duque que depois a matou por ciúmes quando descobriu sua paixão pelo lorde.
O meu lorde ficou sozinho, amargurado e resolveu nunca mais procurar outra dama. Teve muitas amantes, afinal ele era um jovem fascinado por belas mulheres, mas nunca esqueceria sua amada.
DE VOLTA AO PRESENTE
De repente ouço um barulho que vinha de fora da casa em que estávamos e a Madame Jordi que tinha feito a viagem astral me disse: “- Querida acorde! Sua viagem chegou ao final!”
Levantei-me e ele sorria com aquele sorriso nos lábios já esperando a minha resposta.
Falei que estava confusa e que não entendia bem que tinha acontecido...
Então ele disse: “- Não importa onde, quando, nem como estamos eu sempre me lembrarei de ti e guardarei a sua imagem em meu coração já que minha mente ninguém poderá destruir!
Nada, nem ninguém retirariam a saudade, o carinho que tenho por ti.
Por isso, gostaria que ficasse com o que sempre foi seu!”
Abriu a caixa de jóias da família e mostrou-me a jóia perdida.
Pasmem a jóia ao vivo na minha frente. Séculos de história, ela parecia vívida.
Mais sua beleza não trouxe felicidade.
Após vê-la combinei com ele deixá-la sob suas posses ou doá-la ao museu local. Foi o que foi feito.
Hoje a lembrança amarga do nosso amor fiel e doce repousa numa vitrine do museu, já que os dorsos que experimentou inúmeras vezes a mesma não foram felizes.
Voltei muito intrigada com aquela experiência mística, com toda a trama dele em fazer-me conhecer a história de nossos antepassados e de tê-lo hoje como um amigo que me trouxe uma das maiores recordações amorosas e puras da minha vida.
FOTOS: GOOGLE


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário. Te Espiarei!